I'm Winston Wolfe. I solve problems.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Cadernos de Acadjimia - Capítulo 3 - Da cantada gay


    É fato: uma hora ou outra, alguém vai te cantar entre um supino e um peitoral. Isso eu já sabia. Mas não esperava que fosse tão cedo. E com um cara. Levando em conta que o máximo de experiência homossexual que possuo são as bolinações diárias do Dringola no jornal e um furtivo e desavisado selinho em Deus, até que me sai bem.

    O cara é assíduo freqüentador do aparelho destinado ao fortalecimento de glúteos e isso já levanta suspeitas. Todo mundo que freqüenta ou freqüentou uma academia sabe que o tal dispositivo é quase exclusivo da mulherada, que quer, por N motivos, ficar com a bunda dura e empinada. Nada contra. Nádegas são assunto encerrado antes mesmo de começar. Eu prefiro manter minha bundamolice típica de quem não dá bolotas para o papo.

    Mas o cara curte o lance. E eu estava no aparelho ao lado, puxando ferro pra desenvolver o tríceps, que descobri ser o músculo localizado abaixo do bíceps. E qual não foi minha surpresa ao constatar que eu também tenho um e em bom estado de conservação. Talvez pela falta de uso, penso, quando sou interrompido pelo sujeito dos glúteos.

    - Ei, já tá dando resultado, hein?

    Eu olho para ele, num sorrisinho amarelo. Chacoalho a cabeça e inspiro um "é" cheio de reticências. Ele continua.

    - Não faz nem três semanas e os braços já está bem desenvolvidos, né? Seu porte físico é bom, você é magro, então ajuda.

    Não consigo evitar o rabanete que minha cara toma cor. Solto outro "é", desta vez seco. O homem-bunda não se dá por vencido.

    - Eu demorei um tempão para conseguir uma definição assim. Tá puxando quanto de supino?

    Aí foi demais. Achei melhor responder, no melhor estilo Leão da Montanha.

    - Nem sei, sabe? O professor coloca e que faço. Mas não quero ficar muito forte, não. Minha mãe não quer, disse que filho dela deve ser esguio e elegante. Ah, minha mãe é demais, ela sabe tudo de tudo e quer só o melhor para mim. Por isso eu amo tanto ele e faço tudo o que ela pede.

    O senhor-das-nádegas faz um "hã" com os olhos vidrados no nada e volta a esfolar a bunda. Eu pico a mula para o aparelho de supino, do outro lado da sala.

6 comentários:

Anônimo disse...

Ha! ha! Muito bom, Gustavo. Obrigado pela visita e pelo comentário. Te "linquei" por lá. Abração!

Anônimo disse...

Temo que você tenha usado a estratégia errada. Filhinhos-da-mamãe têm tudo a ver com gays...Ah, e vê se não vai mais com camiseta sem manga, pô!

Brigateando disse...

Pô, Viva, a camisa ERA de manga! É que os bracitos aqui tão ficando MAIORES que os buracos das mangas, saca? Hehehehe!

Anônimo disse...

que poder de sedução, hã! ahahahaa

Anônimo disse...

No dia seguinte ao seu post me peguei olhando todos os gays da minha academia e imaginando-os passando suas cantadas nos Brigattis da vida, rs.

Brigateando disse...

Qué isso, Viva! Eu sou rapaz direito, embora possua um membro comunista, rs...