I'm Winston Wolfe. I solve problems.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Welcome to the jungle

Noite de quarta-feira. O São Paulo Futebol Clube massacra o Chivas, do México, em partida válida pela Taça Libertadores da América. Empolgado, meu irmão, integrante do baby boom de sãopaulinos pós-bi-Mundial, vibra. "Isso sim é time. Joga como se fosse uma empresa. Joga para ter resultado. Imagina o quanto um título desses vai render de patrocínio depois? Não é que nem o Corinthians, com aquela babaquice de amor à camisa".

Corta.

Imperatriz Leopoldinense é campeã do Carnaval Carioca. Os meios de comunicação dão conta que a vitória da agremiação foi devido um desfile considerado técnico. Ivo Meireles, presidente da Mangueira, declara que "a Mangueira perdeu porque desfilou com o coração".

Corta.

Primeiro DVD da caixa Four Flicks, dos Rolling Stones. Mick Jagger discute com sua equipe sobre os palcos da turnê da coletânea ao vivo "Forty Licks", que teria estruturas individuais para apresentações em clubes, ginásios e estádios. Um dos engravatados diz que foi sempre assim. Jagger sempre esteve à frente dos negócios da banda, gerenciando cada centavo que entra e que sai. Um Donald Trump do rock´n´roll.

Corta. Edita.

O que o time do São Paulo, a Imperatriz Leopoldinense campeã e Mick Jagger tem em comum? Profissionalismo. Nenhum deles está interessado em jogar para a torcida, levantar a Sapucaí ou angariar novos fãs. Inegável que todos amam o que fazem. Mas não são idiotas. Diferente do Corinthians, da Mangueira e dos Beatles, eles sabem viver (e sobreviver) no sistema capitalista.

Pouco importa se o goleiro não gosta do zagueiro. Não interessa se o mestre-sala desaprova a porta-bandeira. E vai ficar para segundo plano a eterna relação de amor e ódio entre Mick Jagger e Keith Richards. O que está em jogo é a movimentação de um negócio que precisa virar. Precisa gerar divisa. Tem que dar lucro. Independente das idiossincrasias de cada componente. O time, a escola e a banda são maiores que os indivíduos que os formam.

É preciso saber jogar o jogo. E isso não é nada fácil. Principalmente quando tudo o que se tem é um punhado de referências tortas e uma vontade insana de mudar o mundo. O que não pressupões tornar-nos todos um bando de burocratas bundões, autômatos sem vontade própria alienados pelo sistema. Ao contrário, é preciso aprender a interagir de acordo com as regras que estão prontas muito antes de se entrar no jogo.

Aprender isso, acreditem, está me custando mais do que eu posso pagar. Esse jogo é para gente grande. E crescer dentro dele é pior do que se imagina.

4 comentários:

Anônimo disse...

Gustavo, gosto muito dos seus textos, mas esse ultimo tá com cara de corinthiano invejoso !!!

Quer prova maior do que o Rogério, um dos maiores herois de toda a historia do SPFC ?
Rogério recusou ofertas de clubes estrangeiros e declarou seu amor ao São Paulo (quem aguentaria ficar 10 anos na reserva do Zetti ?)

E é isso ai, rumo ao tetra da libertadores e tetra mundial !!!

Brigateando disse...

Filhão, o Rogério Ceni tem planos de ser presidente do São Paulo. Ou tu acha que ficou dez anos na reserva do Zetti por amor a camisa? Ah, Polyanna...

Anônimo disse...

vc está se saindo bem..pára de ser neurótico...além do mais, sua professora é muito boa..

Anônimo disse...

Seria um prazer ter ele como presidente !!!

Continuo achando que isso não passa de inveja ...