O que Tico Santa Cruz (do Detonautas), Fred Durst (do Limp Bizkit), Axl Rose (do Gun´n´Roses), Mark McGrath (do Sugar Ray) e Eminem tem em comum? Além de serem músicos medíocres e grandes invenções da indústria musical, um corpo que mais parece um gibi aberto de tanta tatuagem.
O que Mick Jagger, Paul McCartney, Bob Dylan, Lou Reed, David Bowie, Iggy Pop e Jimi Page tem em comum? Além de serem músicos incomparáveis e criadores legítimos de si mesmos, não possuem uma tatuagem sequer (pelo menos não a mostra).
Donde concluo que: a quantidade de tatuagens em um corpo é inversamente proporcional ao talento musical desse mesmo pedaço de carne. Logo, quanto mais tatuagens o sujeito faz, menos ele deve entender de música.
Mas estamos falando de música feita por gente que, de um jeito ou de outro, trata o assunto de maneira relativamente séria, conscientes que estão atingindo um público que será influenciado e, por isso, precisam ser responsáveis no que fazem. Por isso, deixaremos de fora boys e girls band, sertanejos, pagodeiros e afins.
Arrisco uma hipótese para isso. Quando surgiram, os integrantes do segundo grupo não precisam de um apelo visual "chocante" como uma tatuagem ou várias delas. A TV estava nascendo, as publicações especializadas eram muito restritas em vários sentido e seu nicho de mercado também. Por isso, cobrir o corpo com desenhos eram desnecessário, já que pouca gente os veria de fato. O rádio era o maior meio de transmissão do que faziam e, bem, o rádio não transmite imagens. Logo, ou eram realmente bons músicos ou estavam fora.
Inocência, claro, pensar que na época não havia famigerados departamentos de marketing que buscavam junto a opinião pública o que esta desejava e, de bandeja, entregava pronto para consumir. Uma espécie de genéricos de luxo, tipo os Monkees com relação aos Beatles. Besteiras feitas para a massa, enfim.
Entretanto, a coisa hoje é mais grave. Mais selvagem, diria até. Investe-se tudo na imagem e o mínimo em música. Na verdade, não se investe nada em música, limitando-se a reciclar velhas fórmulas travestindo-as com tatuagens, cabelinhos e roupitchas da moda.
Então tudo está perdido? Estamos fadados ao lixo? Não. A música não é propriedade das grandes corporações, e de tempos em tempos surgem sujeitos (sem tatuagens) capazes de resgatar o que ela tem de verdadeiro, sincero e honesto.
Nas duas últimas décadas tivemos Clash; Joy Division, que morreu e ressuscitou no New Order; Smiths; Cure; Nirvana; Smashing Pumpkins; Placebo; e avançando para esse século, White Stripes; Audioslave; Kings of Leon; e outros. Nenhum deles com tatuagens.
I'm Winston Wolfe. I solve problems.
sábado, julho 16, 2005
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2 comentários:
é.. por isso que eu faço parte deste segundo grupo e tenho meu corpinho do jeito que veio ao mundo! (pelo menos, eu tentei deixar o mais próximo disso possível...)
me dá dois desse que vc bebeu e fumou, faz favor.
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