I'm Winston Wolfe. I solve problems.

domingo, julho 31, 2005

Por dentro de dentro

Olhou para ela com pena. Mas, quem por ali passasse, poderia jurar sentir um leve desprezo nos olhos que fitavam o corpo nu enrolado em lençol. Sem testemunhas, ficava com a comiseração dos canalhas que, réu confesso, insistia em sustentar.

Havia ejaculado. Mas não como das outras vezes. Se demorou, não foi para prolongar o orgasmo dela, mas sim pelo tempo que ficou vasculhando a memória atrás de alguma lembrança que o fizesse esporrar. Ex-namoradas, trepadas casuais, filmes pornográficos, fantasias com colegas de trabalho e até pensamentos homoeróticos foram utilizados. Em vão.

Foi pensando nela que tudo terminou. Nela foi também que tudo começou. Sem a lembrança dela, não teria tido sequer uma ereção. E o corpo agora exausto ao seu lado estaria ainda pulando sobre seu pau até que não sobrasse pele alguma.

Sentiu alívio no final, como o cumprimento de uma missão impossível. Igual ao seriado.

No banho, masturbou-se pensando nela. Aí sim gozou. Chegou mesmo a socar o azulejo da parede. Assaltou-lhe a idéia que ela poderia estar fazendo o mesmo naquele momento. Sim, tinha certeza que a impressionara, fazendo com que jurasse nunca mais gozar com outro que não ele. Não com a aquela intensidade. Outra ereção. Inevitável. Meneou a cabeça: "chega de punheta".

Vá de retro

E ainda querem ela na Playboy...

Frank Miller é meu pastor, e nada me faltará

Eu assisti Sin City. De joelhos.

sexta-feira, julho 29, 2005

Master Card 1

Buquê de rosas vermelhas colombianas: R$ 30

Jantar completo: R$ 90

Suíte master do motel: R$ 120

Ouvir que você é muito melhor que o namorado dela: NÃO TEM PREÇO

terça-feira, julho 26, 2005

Sexo-pop 3

Ele é apenas uma alma cujas intenções são boas, enquanto o milkshake dela traz todos os garotos para o quintal

segunda-feira, julho 25, 2005

Sexo-pop 2

Ele queria beijar sua virgindade, e ela seria sua escrava.

Terrier

Filmes de zumbis são uma grande babaquice, coisa pra ser usada em enredo de videogame. Mas nem sempre foi assim. E a prova disso é o novíssimo título do pai-de-todos George Romero, "Terra dos Mortos". Assistí-lo me fez voltar a crer que é possível fazer um belo filme de horror sem recorrer a garotinhas japonesas carentes ou paspalhos mascarados. Mas Romero vai além.

Seu filme de estréia, "A Noite dos Mortos Vivos", de 1968, é referência para qualquer sujeito que ouse pegar uma câmera e filmes seres cambaleantes sedentos por carne humana. O problema é que a picaretice, na maior parte das vezes, prevalece. As seqüências do clássico não filmadas por Romero são desastrosas, limitando-se a puras e simples carnificinas, gore ao extremo do mau gosto. Limitam a obra do cara aos mortos-vivos quando, na verdade, a coisa vai além.

Um dos que perceberam isso foi M. Night Shyamalan. No seu "Sinais", ele chupa Romero com vontade. Primeiro, por usar a perspectiva do sujeito comum lutando contra algo que ele desconhece e sobre a qual não possui qualquer explicação racional ou meios de reagir de fato. Nada de exércitos, discursos inflamados, naves gigantescas e aquela patrioatada hollywoodiana de dar nojo. Segundo, o indiano desce os protagonistas para o porão da casa, já precariamente isolada, e os deixa apenas com um rádio como meio de comunicação com o mundo exterior. De onde vem os ETs? O quê querem? Para os assustados e confusos protagonistas de "Sinais" isso pouco importa, já que está mais interessados em sobreviver e, depois, se der, buscar respostas.

Romero fez exatamente isso com seus zumbis mais de 30 anos antes de Shyamalan. Um grupo de pessoas isoladas numa casa que se vê, de repente, cercada por mortos-vivos e precisa arrumar um meio de sair dalí ou, no mínimo, resisitir à invasão. Não resposta para a origem dos monstros, apenas que todos que morrem ou são mordidos por eles tornam-se seus iguais. E ponto final. Ninguém lá está interessado se foi contaminação por lixo tóxico, um meteoro ou experimentos militares que fizeram os mortos voltarem a vida. Romero foi inteligente em sacar que certas coisas não precisam ser explicadas quando se tem uma boa história nas mãos, do tipo que coloca o espectador dentro da tela. Esse erro foi exaustivamente cometido nas seqüências, onde todo tipo de explicação foi dada com álibi para que os comedores de cérebro agissem. Pífio.

Desde então, não surgiu nada de realmente inovador em termos de roteiro. "Madrugada dos Mortos", de 2004, nada mais foi que uma refilmagem, em ritmo de vídeoclipe, do título homônimo de Romero de 1978. Agora, o diretor traz, num mesmo pacote, a übber deusa Asia Argento, filha do não menos fantástico Dario Argento e espécie de afilhada de Romero, John Leguizamo e um canastríssimo Denis Hopper como há muito não se via.

Mas não vou contar nada sobre o filme. Tem uma porrada de sites fazendo isso já. Apenas quero registro meu apreço pelo grande George Romero e convidar todos para assistir "Terra dos Morto". Na boa. E de estômago vazio, de preferência, já que o sujeito também não é de ferro.

P.S. Destaque para a participação de Sexy Machine. Para quem não lembra, um dos vampiros de "Um Drink no Inferno", de Robert Rodriguez que, claro, não deixou de beber na fonte do velho Roma.

domingo, julho 24, 2005

Sexo-pop 1

Ela chora enquanto faz amor, enquanto ele pensa em outra quando trepa com ela.

quarta-feira, julho 20, 2005

It´s only rock´n´roll

Quero muito acreditar que o novo disco dos Rolling Stones, com previsão de lançamento para o dia 5 de setembro, vai ser o melhor do ano. E vai salvar a minha vida. E colocará fim a série de prodreras que eles vêm lançando desde o começo da década de 80.

Especulações dão conta que o disco será um tanto politizado, com uma faixa atacando Bush e Rice. Não sei, mas quando Mick Jagger para de mexer os quadris para brandir o punho, o resultado não costuma ser dos melhores. Mesmo afirmando que "voltaram às origens", papo típico de quem já não sabe muito o que fazer.

"Oh No, Not You Again", "She Saw Me Coming", "Under The Radar", "Look What The Cat Dragged In", "This House Is Empty Without You", "Walking Alone In The Rain", "You Drive Too Fast", "Back of My Hand" e "Neo-Con", esta última a tal faixa anti-Bush, são os prováveis títulos das canções do novo disco, que ainda não tem nome.

Já acendi minha vela de sete dias.

terça-feira, julho 19, 2005

Mystery Tour

Inglaterra proibe venda de cogumelos mágicos.

O ministro do Interior, Paul Goggins, diz que o lance é alucinógeno, potencialmente perigoso e os coloca no mesmo nível que cocaína e heroína. A cana é de até sete anos nos calabouços da rainha.

Os produtores e varejistas ficam putos e querem debater a questão, alegando violação dos artigos 28 e 30 dos Direitos Humanos.

Neguinho não gostou nada, nada.

segunda-feira, julho 18, 2005

Minha geração

(Originalmente publicado no T&Q. Agora revisto e ampliado)

Minha geração bebe. E bebe muito. Bebe até cair. Bebe pra esquecer, pra fugir, pra se esconder, pra desabafar, pra chorar e pra sorrir. Detesta o gosto amargo da cerveja, mas bebe assim mesmo. Não se importa com a data de vencimento do vinho barato que comprou na loja de conveniência do posto de gasolina, e não faz diferença quem paga a conta. Afinal, minha geração paga as contas com o dinheiro dos pais, e quem se importa depois, desde que não apareça em casa com a camisa manchada de vômito ou os olhos vermelhos?

Sim, minha geração usa drogas. Todas elas, de todas as formas e, muitas vezes, de uma vez só. E não parece se importar, porque sabe que no final é ela quem vai limpar tudo mesmo. Fumam, tragam, cheiram, se picam, acenam para o infinito como se aquele momento fosse o último de sua curta e inóspita existência surreal. E depois grita. Grita para não chorar. Grita para ser ouvida. Grita por socorro. Grita por perdão. Grita por misericórdia, por um pouco de comiseração, talvez um pouco mais de compreensão ou um gole a mais de cerveja long neck quente.

Minha geração nunca pegou uma gonorréia de leve num puteiro de beira de estrada. Não sabe o que é sentir o calor de uma mulher sem pensar no que isso pode acarretar para o seu futuro ainda cheio de incertezas. Querem o sexo como um sedento num deserto sem direito a um copo d´água decente. Transam sem camisinha para depois serem censurados por aqueles que inventaram a porcaria toda. Broxam aos 21, têm ejaculação precoce aos 25 e procuram nas páginas de revistas especializadas um pouco de luxúria artificial para suas vidas. Mentem para si mesmo e acreditam nisso.

Nunca sentiram o vento nos cabelos pilotando uma moto, porque a lei não permite que andem sem capacete. Vivem suas prisões como se fossem confortáveis e inevitáveis residências.

Minha geração gosta de música. Gosta de jaquetas de couros, calças rasgadas, toucas de lã, camisas de flanela, tênis de fibra de cânhamo e piercings nas cartilagens. Pensa que quatro garotos norte-americanos de cabelos espetados e pele bem tratada são punks, mas têm pôsteres de quatro garotos norte-americanos vestindo jaquetas de couro e calças jeans rasgadas colados na parede do quarto. Minha geração tem bandas que jamais farão sucesso além do quarteirão onde moram, pois precisam acordar cedo na manhã seguinte para aprender que o país onde moram foi descoberto e dominado por estrangeiros e permanece assim até hoje. Aprendem que é inútil resistir, que seus sonhos são “coisa de moleque” e sumirão logo que descobrirem que são pequenos demais, roucos demais, fracos demais e bonitos demais para conseguirem o que querem.

Minha geração é humilhada constantemente por sua própria incoerência, não vê saída senão a sarjeta onde o mundo deposita seu lixo. Minha geração se sente pior que lixo. É repleta de dúvidas, e elas não são solucionadas por velhos livros que ninguém mais lê, mas que assim mesmo permanecem na prateleira para lembrarem o quanto existe gente melhor e mais bem sucedida que um punhado de garotos com a cara purulenta e olhos faiscantes. Ouve histórias fantásticas de gerações anteriores e não encontra eco na sua, não possuem argumentos para barrar o caudaloso rio de lava de informações que frita seus cérebros e faz pavê de seus anseios.

Minha geração vomita quando leva um fora, ainda não aprendeu a lidar com seus impulsos mais primitivos e é taxada de auto-destrutiva e perdida, abobalhada, sonsa e incapaz, e ajuda psicólogos a venderem livros de auto-ajuda. É filha de gente que não sabe como ter filho, que venderam suas almas e esperam que as vozes em constante mutação paguem o preço.

Claro, minha geração não pertence a esse mundo. Ouve dizer que há lugares onde os dias são puro fastio e as noites, pura festa. Quer viver em um rave interminável, dopada, aloprada, livre de qualquer responsabilidade, porque minha geração é irresponsável, não consegue sequer lavar o carro do pai direito para poder ter direito a uma volta na avenida principal da cidade. E conta para os amigos que nada que faz dá certo e eles acenam positivamente com as cabeças cobertas de cabelos desgrenhados ou empastados de gel. E ouvem que se não cortarem a barba e não pararem de usar camiseta com estampa de disco de banda norte-americana não conseguirão empregos, e não terão dinheiro para nada, e não serão nada e então não servirão para nada e serão pegos pela carrocinha e transformados em sabão, pois morarão pelo resto da vida com os pais.

Então bebem. E choram. E são carregados. E vomitam. E dormem. E sonham. Sonham até se cansarem. Então acordam. E amaldiçoam o tempo que nasceram.

Minha geração é igual a todas as outras.

Jung

Maddame para as massas

"Se você não bebe, fuma e mete, você já morreu"

Gente pelada

Adoro gente pelada. Inclusive escrevi um artigo sobre isso no T&Q há algum tempo.

Mas o lance é que gosto de gente de verdade pelada. Logo, nem passo os olhos por revistas especializadas, onde qualquer um com um par de neurônios sabe que a carne exposta ali é adulterada. Lisa, esticada, perfeita. Cadê as cicatrizes, manchas, celulites, estrias, marcas do tempo e do destempero, queimaduras, rachaduras, sinais de nascença e de vivência? Nada. Nem lembrança.

Pra mim, aquilo não é gente pelada. É gente despelada, sem graça, envergonhada das próprias imperfeições que, sabemos, são o que fazem de nós o que somos. Os defeitos nos tornam especiais, atraentes, desejáveis. O máximo que sinto quando vejo uma Playboy é saudade do tempo em que tinha que entrar em casa com a revista escondida debaixo da camiseta para minha mãe não perceber. No mais, nem um leve formigamento na pélvis.

Nessas andanças, encontrei um site muito bom. Ao contrário dos milhares de sítios dedicados a fotos amadoras, que primam pela grosseria, o Supertangas é sóbrio e, arrisco dizer, elegante. Mulheres realmente bonitas que, pelo que dá pra perceber, mandam suas fotos espontaneamente. Coisa de gente quer ser vista e pode ser vista. Não sei, mas deve ter alguma restrição para barangas, porque o conteúdo é de altíssimo nível. Mesmo sendo fotos de gente comum, é gente comum bem acabada.

O lance é espanhol e tem acesso restrito em algumas áreas. Mas tem bastante coisa disponível.

Altamente recomendável.

domingo, julho 17, 2005

Dude (looks like a lady)

Eu na fila do banco. Cabelos soltos pelos ombros. Puto com o dinheiro que foi depositado na conta errada. Já tinha o texto pronto pra esfregar na cara de pau do gerente. Três horas da tarde, a agência lotada. Eu odeio bancos e tudo o que diz respeito a eles.

Na minha frente, um velho de pulôver com um garoto agarrado à sua perna. Olho para o pequeno, que presumo ser seu neto. Ele me olha e me encarar com o dedão enfiado na boca. Tento sorrir pra ele, mas o máximo que consigo é mostrar os dentes.

"Como você chama?", ele me pergunta. "Gustavo", respondo. Ele vira-se para o avô e puxa de leve a calça do velho. Manda uma certeira: "Vô, você não disse que só mulher tem cabelo comprido?".

O sujeito me olha por detrás de lentes amareladas de um óculos de armação de aro de tartaruga. Sorri pra mim sem jeito. Devolvo o mimo. "Ele queria deixar o cabelo crescer, então tivemos que arrumar uma desculpa, né?", me confidencia. "Não, tudo bem, eu entendo. Criança é assim mesmo", torno.

Ele menea a cabeça e vira pra frente. Eu esqueço por alguns instantes as sandices que ia dizer pro engravatado de cabelo empastado.

Agora é que não corto mesmo.

Portunhol

A mina é argentina, mora no Brasil, tem podcast, pagou de peitinho no site da Trip e faz um roquinho bacaninha.

Pagando pau

Há muito tempo não via uma edição tão boa quanto a deste mês da Trip.

- Cássia Eller
- Pânico
- Xico Sá com Mutarelli
- D2 na chinhca
- entrevistinha com o Robert Rodriguez
- duas páginas de beats
- uma de punk
- e uma rapidinha do Cardoso

Jetémi

Amantes que haviam se tornado, rumaram para um motel com o almoço ainda descendo pela goela. "Você é bem canalha, né?", ela soltou, ao entrarem na suíte. "E você, bem vagabunda", retrucou automaticamente. "Então fazemos um casal perfeito", emendou.

sábado, julho 16, 2005

Tattoo you

O que Tico Santa Cruz (do Detonautas), Fred Durst (do Limp Bizkit), Axl Rose (do Gun´n´Roses), Mark McGrath (do Sugar Ray) e Eminem tem em comum? Além de serem músicos medíocres e grandes invenções da indústria musical, um corpo que mais parece um gibi aberto de tanta tatuagem.

O que Mick Jagger, Paul McCartney, Bob Dylan, Lou Reed, David Bowie, Iggy Pop e Jimi Page tem em comum? Além de serem músicos incomparáveis e criadores legítimos de si mesmos, não possuem uma tatuagem sequer (pelo menos não a mostra).

Donde concluo que: a quantidade de tatuagens em um corpo é inversamente proporcional ao talento musical desse mesmo pedaço de carne. Logo, quanto mais tatuagens o sujeito faz, menos ele deve entender de música.

Mas estamos falando de música feita por gente que, de um jeito ou de outro, trata o assunto de maneira relativamente séria, conscientes que estão atingindo um público que será influenciado e, por isso, precisam ser responsáveis no que fazem. Por isso, deixaremos de fora boys e girls band, sertanejos, pagodeiros e afins.

Arrisco uma hipótese para isso. Quando surgiram, os integrantes do segundo grupo não precisam de um apelo visual "chocante" como uma tatuagem ou várias delas. A TV estava nascendo, as publicações especializadas eram muito restritas em vários sentido e seu nicho de mercado também. Por isso, cobrir o corpo com desenhos eram desnecessário, já que pouca gente os veria de fato. O rádio era o maior meio de transmissão do que faziam e, bem, o rádio não transmite imagens. Logo, ou eram realmente bons músicos ou estavam fora.

Inocência, claro, pensar que na época não havia famigerados departamentos de marketing que buscavam junto a opinião pública o que esta desejava e, de bandeja, entregava pronto para consumir. Uma espécie de genéricos de luxo, tipo os Monkees com relação aos Beatles. Besteiras feitas para a massa, enfim.

Entretanto, a coisa hoje é mais grave. Mais selvagem, diria até. Investe-se tudo na imagem e o mínimo em música. Na verdade, não se investe nada em música, limitando-se a reciclar velhas fórmulas travestindo-as com tatuagens, cabelinhos e roupitchas da moda.

Então tudo está perdido? Estamos fadados ao lixo? Não. A música não é propriedade das grandes corporações, e de tempos em tempos surgem sujeitos (sem tatuagens) capazes de resgatar o que ela tem de verdadeiro, sincero e honesto.

Nas duas últimas décadas tivemos Clash; Joy Division, que morreu e ressuscitou no New Order; Smiths; Cure; Nirvana; Smashing Pumpkins; Placebo; e avançando para esse século, White Stripes; Audioslave; Kings of Leon; e outros. Nenhum deles com tatuagens.

quarta-feira, julho 13, 2005

Blow up

Tempos de decisão. Vai ser foda dormir essa semana.

Respondendo

A stripper me questiona cinematografias. Eu só posso responder.

1) Qual o seu filme favorito?

"Easy Rider"

Não é um filme, é uma bíblia. Tá tudo lá.

2) Qual o último DVD que você comprou?

O perdulário aqui AINDA não possui um aparelho de DVD. Mas já tenho meu primeiro escolhido: o festival de Woodstock.

3) Quais os 5 últimos filmes que você viu?

"Quarteto Fantástico"
"Twin Peaks"
"Batman Begins"
"Alfie"
"Crimes em Wonderland"

4) Qual o melhor filme brasileiro de todos os tempos?

"O Olho Mágico"

5) Qual o seu diretor/ator/atriz e o seu gênero favoritos?

Diretor: Woody Allen
Ator: Edward Norton
Atriz: Nicole Kidman
Gênero: suspense

6) Escolha 5 pessoas para passar a corrente:

Carol
Castro
Mônica
Inagaki
Bia

terça-feira, julho 12, 2005

Resumo da ópera

"Se tudo o mais falhar, faça uma releitura de um velho hit"

(plagiado do bituca)

Mais um...

... do Denitcho, o phantom-god writer.

"Confesso que acordei mal. A noite mal dormida e o humor inconstante de um geminiano me reservaram um início de manhã pouco agradável. Isso para ser delicado. Tudo piorou quando, no café da manhã, percebi que o meu requeijão havia acabado. Meu irmão, insensível e com a terrível síndrome de filho único, dizimou quase metade do copo que havia dentro da geladeira. Isso sem contar o sono.

Depois do banho, constatei que a camisa que eu tinha em mente para vestir, não estava passada, e se tem algo que manda o meu bom-humor pra longe do sistema solar, é não me vestir da maneira que imaginei no banho. Parecia que nada mais poderia dar errado. Como começar pior um dia? Morfeu insistia em não me largar. Arregalar os meus olhos soava tão improvável como não sentir frio nesta manhã de julho, ainda às seis horas.

Saio de casa para pegar meu onibus, como faço todo dia, às 6:26h, vejo e cumprimento as mesma pessoas fazendo caminhadas matinais, o senhor que vai comprar pão com o seu Dalmata, Seu Ivo lavando a sua caminhonete, como sempre fez desde que eu o conheci quando tinha 7 anos, a banca de jornal ainda com meia porta cerrada.

7:34h chega o ônibus no ponto, o motorista, Seu Carlos, sempre resmungando, responde meu bom dia e caminha para Santa Bárbara, onde pego minha carona. Chego, vejo todas as manchetes dos jornais, mais do mesmo, é claro, e espero minha carona para a empresa onde trabalho.

Tudo se encaminha para um dia arrastado e chato, mesmo contando com a companhiade pessoas sempre animadas, eu já tinha decidido ficar mal-humorado o resto do dia, quando percebo aquilo que havia salvado a minha quinta-feira passada. Arrebatador, um sentimento de que a vida ainda vale a pena e levá-la sorrindo toma conta de mim e me instala um sorriso bobo na face. Decididamente há coisas simples na vida que não tem como precificar, e é por isso que imploro: ´Déia, venha sempre com essa calça!´ "

Cuidando do próprio jardim

Essa é para o Kenji.

Pra ouvir agora

Nine Black Alps.

Molecada que bebe no grunge e cospe pra cima esperando que caia na testa.

Shot Down para os bons.

Fuck star

Keith Richards confirmado para "Piratas do Caribe". Massa.

segunda-feira, julho 11, 2005

Duff

Para a Núria

Na escola era motivo de chacota. Enquanto as amigas babavam pela ruivíce afetada de Axl Rose ou pelos solos lascivos de Slash, ela gostava do Duff McKagan. O menosprezado baixista junkie não poderia ser uma escolha pior.

No fichário, uma foto do cabeludo oxigenado cobria a imagem original do Ursinho Puff (agora Pooh). As amigas não perdoavam. "Ele é ridículo", diziam umas. "Ele é feio", diziam outras. "Ele é baixista", vociferam terceiras. Escondida, chorava seu amor impossível.

Mais tarde, arrumou emprego em um matadouro. A paixão por Duff havia se perdido nas brumas do tempo. A janela da administração dava para o galpão onde os animais era mortos. O cheiro de sangue a enojava, as sucessivas matanças reviravam seu estômago vegetariano. Mas o dinheiro era bom.

Num dia, chega um novo rapaz no lugar do carrasco que se aposentara. Porte médio, um tanto franzino, branquelo. Na cabeça, uma cabeleira loira que lhe conferia um ar de ouriço albino. Não pôde deixar de reparar o quanto se parecia com Duff e sentiu a calcinha umidecer.

Ao invés do baixo, empunhava uma marreta. Até a falta de habilidade em manejar o instrumento era igual. De repente, o cheiro do sangue a excitava. Vê-lo esmagar o crânio de bois e vacas a fazia levar a mão até o meio das pernas e esquecer do mundo. Era Duff, ali, pronto para ela, depois de tanto tempo.

No final do expediente, desceu para o galpão. Já não se incomodava com o odor acre. Ele se limpava com um trapo imundo. Tocou seu ombro respingado de sangue e sentiu as pernas tremerem. "Duff", balbuciou.

Ele se virou. O cabelo quase cobria o rosto. Um garoto apenas. "Duff", ela repetiu. Ele entendeu. Agarrou-a pelo cabelos, colocou-a de quatro no meio do pátio encardido e a currou segurando a marreta.

No dia seguinte ela não o viu. Tinha pedido demissão. Ia usar a experiência com a marreta para tocar baixo numa banda de jazz.

Metal

Por que toda funilaria se chama Martelinho de Ouro?

Por que toda loja de caça e pesca tem Prata no nome, tipo Braço de Prata, Espada de Prata, Bala de Prata etecetera e tal?

Por que eu não consigo pegar um bronze?

Ereção

Kings of Leon no Brasil.

quarta-feira, julho 06, 2005

Eu mereço...

Venda de ingressos para show de Avril Lavigne começa na sexta

Bidu

A redundância parece não ter limites, mesmo...

Si, pero no mucho

Fantástica essa seleção de frases "de rock" que a Blender fez. Basicamente o que todo rockstar gringo precisa saber falar durante uma turnê pela América Latina. Do começo ao fim.

"Hola, Cartagena"("Hello, Cartagena!")

"Las señoras de la parte de atras, no las oigo!"("Ladies in the back, I can’t hear you!")

"Hora para el tambór. Porque no salimos a fuera para orinar?"("Time for the drum solo. Why not step out for a pee break?")

"Vamos a fiestar de nuevo en mi habitación!"("Party back at my suite!")

"Estas drogas estan tremendas."("Dude, these drugs are awesome.")

"Estas prostitutas estan tremendas."("Dude, these hookers are awesome.")

"Porque esta chica se esta poniendo azul?"("Why is this chick turning blue?")

"Alguien tiene el numero de un buen abogado?"("Does anyone have the number of a good lawyer?")

"Definitivamente necesitamos servicio de criada en la habitación 904."("We desperately need maid service in room 904.")

"No, Señor Juez, yo no se como ese kilo de cocaina se me metio por el trasero."("No, judge, I don’t know how that kilo of cocaine got up my ass.")

"Contra, esta es una celda bien pequeña."("Wow, this is a small cell.")

"Por favor, no me agas tu puta."("Please do not make me your ‘bitch.")

Pela boca (sem zíper)

Shakira diz, na lata, o que todo homem pensa que toda mulher tem. E faz isso com um abdôme que não pode ser de verdade.

Pin Up

Eu amo a Jessica Alba

Doomsday

Festival Americana Independente 2005. Só pros brutos. Saquem a programação:

Sexta dia 26 de agosto
- Cachorro Grande- Sugar Kane- Nx Zero- Rusty Machine- Biônica- Idiot Savant (Alemanha)- Karranka- Depends

Sabado dia 27 de agosto
- Nação Zumbi- Emo.- Magüerbes- Muzzarelas- Tolerância Zero- Shame- Fim do Silêncio- Djamble- Bunker

É isso ou uma baladinha flaschback cheio de coroas babões. Nada contra coroas, Bia. Nem babões, Bia.

segunda-feira, julho 04, 2005

O novo do White Stripes

Uma conclusão: Jack White quer ser Robert Plant. E ele e sua comparsa, Meg White, querem ser o Led Zeppelin. Isso já era entendido nos quatro úlitmos discos da dupla, mas neste último, "Get Behind me Satan", a coisa ficou escancarada.

É impossível ouvir a criatura sem lembrar de seu criador. Está tudo lá. As guitarras pesadas e distorcidas na medida certa, os refrões bem colocados, a quase inexistência de firulas que tanto foderam o rock pós-Seattle. A voz desesperada que casa (e causa) com o instrumental.

Claro que nem tudo é perfeito. A exemplo dos últimos discos, Jack e Meg poderiam ter feito um compêndio de canções de rock básicas de 40 minutos que ninguém acharia ruim. Mas então pintam as esquisitices de praxe, como a baterista recitando versinhos em inúteis 34 segundos que duram "Passive Manipulation", ou a leva reggae de "My Doorbell". Pior ainda a trágica "The Nurse", um amontoado de sonzinhos bestas que, caráleo, não levam a lugar algum.

Coisa de banda que já foi indie e não percebeu que esse joguinho de querer soar "experimental" não cola mais. Tem mais é que fazer o que sabe, que foi exatamente o que os levou à massa. Algo de errado nisso? Acredito que não.

E o disco começa estupidamente bem. "Blue Orchid" abre com um rock pesado, bateria marcando o ritmo que leva as mãos pra cima e faz chacoalhar o quadril em qualquer pista de dança. "Forever for Her (Is Over for Me)" é o momento down do disco, com Jack chorando as pitangas. Mesmo forçado, é interessante. Se puder, pula essa e vai para...

... "As Ugly as I Seem", feita sob medida para ser tocada naquela roda de camaradas chapados, de preferência com o Denão, que esmerilha no bongô, e com o EDV, que saca tudo de violão, já que a canção é só isso mesmo. E, por isso, é redonda, perfeita.

Então vamos para "The Denial Twist", que é tudo o que os Stripes fazem. Com direito a maracas e piano. Legal pra chacoalhar a cabeça levemente. A prova definitiva que o baixo é só pros amigos não ficarem de fora da banda. "White Moon" vem cheia de clima, soando como uma bela cançãozinha gospel de alguma igreja do Harlem. Sorumbática, diria até.

"Instinct Blues" é isso mesmo. É puro Led Zeppelin, com Jack emulando até o talo o vocal do Plant e Meg castigando a batera feito Bonzo. Difícil acreditar que seja uma mina magrinha e branquela esmurrando as peles daquele jeito. Já é minha preferida. O final é uma apoteose de sujeira que há muito não ouvia. Coisa de macho, nada a ver com Strokes e outras bichices.

Depois vem "Take, take, take", e a bateria é a Velvet Underground, como o Bia poderá comprovar assim que eu lhe der uma cópia amicíssima. É como a anterior, só que mais leve e country, divida em duas partes. A segunda a coisa muda e o peso aparece com gosto.

"Little Ghost"é cantada em dueto e é uma homenagem aos velhos banjoleiros que dominavam o meio-oeste norte-americano antes do surgimento da guitarra elétrica. Dá pra tocar num saloon, americana sem soar idiota.

Apesar dos barulhinhos e esquesitices, "Red Rain" é puro hard rock, dessas feitas para serem tocadas em concertos ao ar livre, apreciada com os punhos erguidos e os pés marcando a bateria.

A bagaça encerra com "I´m Lonely (But I Ain´t That Lonely Yet), em clima de igreja mississipiana, só com piano e voz. E voz no melhor estilo god speak novamente. Com ela os White fundam, definitivamente, a igreja Uaitistraipiana e se preparam para governar o mundo.

Ziper da semana

O Teatro de Arena “Elis Regina”, em Americana, é uma obra digna de nota. Disso ninguém duvida. Bonito, imponente, com arquitetura arrojada e localizado na área central, não tem como dar errado. Mas dá. E graças a arcaica mentalidade que impera na cidade. Não entrarei no mérito que Americana é praticamente uma cidade-dormitório para quem tem mais de 70 anos de idade mental porque seria chover no molhado. O fato de as opções de lazer permanentes se restringirem a meia dúzia de restaurantes é culpa não apenas da administração, mas também de quem a pressiona para que tudo continue da mesma forma, arrastando as chinelas que tais sujeitos devem calçar quando se deslocam da cama para a janela e desta para aquela. E um exemplo dessa intransigência é o teatro de arena. Para se ter uma idéia, não se pode comercializar absolutamente nada em seu interior, inviabilizando qualquer evento que não as constantes celebrações evangélicas. Nada contra eles, mas acredito que uma cidade não vive apenas disso. Se o espaço é público, deve atender a todas as necessidades, independente de credo. E, se pode ser locado, deveria atender a todos da mesma forma, o que não ocorre por, entre outras coisas, o impedimento de comércio em seu interior. Não é preciso diploma para saber que muito dos custos de um evento são cobertos pelo ganho com a venda de comida e bebida. Mas isso é impossível no teatro de arena. Logo, eventos que atenderiam a um número muito maior de pessoas não são realizados por uma determinação arcaica e sem nexo, digna de uma administração que claramente não privilegia a população como um todo. Por isso, promotores de eventos buscam locais menos apropriados ou mesmo outras cidades, tolhendo Americana, que já sofre com as parcas opções de lazer que oferece. Triste.

sábado, julho 02, 2005

Eu odeio especialistas

Coluna Pop Load, do Lúcio Ribeiro, do dia 27 de junho.

"Freakplasma - Luxuoso projeto bootlegs de eletro-rock. Coisa fina."

Se alguém entender, por favor me explica?