I'm Winston Wolfe. I solve problems.

terça-feira, março 28, 2006

Pô, PAS...

Pedro Alexandre Sanches foi meu primeiro professor.

Quando moleque, dos 15 aos 22, não perdi uma reportagem que fosse na Ilustrada que levasse seu nome. Podia até ser resenha de disco novo da Gal Costa ou Max de Castro (?). Não importava. Pouco importava o conteúdo na verdade. O lance era absorver o estilo inconfundível do Pedro. Classe. Vigor. Criatividade. Voz autoral.

"Quanto crescer, quero ser como ele", pensava, enquanto limpava as mãos cheias de restos de graxa no jaleco azul da oficina de meu pai, onde trabalhava. Eu, não Pedro. Mas, ainda assim, ele estava alí comigo, todas as manhãs, seja na folha do jornal ainda limpo, estendido sobre a bancada de madeira-de-lei enegrecida pela ação do pó de ferro das máquinas de tornear discos e tambores de freio, graxa velha e fluídos sintéticos diversos, seja no momento de usar essa mesma folha para embrulhar alguma peça.

E eu o lia. Embora, secretamente, eu o traísse com outros escribas, de outros meios, veículos ou da sua própria casa. Mas não tinha jeito. Ele era o preferido. Um texto de Pedro é um texo de Pedro, e ponto final. Continuei a ler a Ilustrada após sua saída graças a um TOC desenvolvido graças a ele.

Mas fui atrás dele, evidentemente. E lá estava Pedro, agora na Carta Capital. Revista legal, do "seu" Mino Carta e tal, figurão do jornalismo, desses que a gente aprente a admirar no curso de jornalismo e blá, blá, blá. E Pedro também tem blog, dos mais acessados. Prova de vida inteligente na rede, e cousa e lousa.

Claro que nessa história toda há um porém. Pedro, acredito, deve ser um sujeito bem relacionado. Chapa de todo mundo, companheiro de todas as horas, quebrador oficial de galhos da galera, enfim. Gente fina, gente boa. E isso, percebo, acaba refletindo na sua produção. Mais especificamente, refletiu nessa reportagem aqui.

Na quinzena que todos resenham o lançamento do disco do Seu Jorge, o Pedro faz um perfil do cara. Para não falarem que não falou da fina flor, ele escreve um único parágrafo sobre Life Aquatic – Studio Sessions Featuring Seu Jorge. E ponto final. O resto é mais do mesmo. Tô errado, mestre? Quem não sabe ainda que o carioquíssimo em questão foi morador de rua, despontou em Cidade de Deus, virou cult na França, é amigo do Bill Murray e esnoba a fama ao mesmo tempo que deita na cama?

Tu não acha que o sujeito já está hypado demais? Até em novela ele anda tocando. Quem ainda não falou do sujeito? Pô, PAS... tinha que fazer isso? Tinha que deitar mais do mesmo para a massa? Qualé, neguinho? Não quer se indispor com o Jorge? Se tá com medo, porque veio? Tu não é disso, não. Nunca foi. Que chapa-branca é essa? Nelson Motta is not dead.

Pega mal falar mal, é isso? Tem sempre que achar um lado bom, então? Claro que toda unimidade é burra, mas quando ela grita em uníssono, é bom pelos menos ouvir com mais cuidado. Como fez o Dapieve. E tantos outros. Menos tu, PAS. Menos tu. Pô, PAS...

2 comentários:

Nuvens de Palavras disse...

discípulo magooado é essas coisas...

Dringola disse...

Pedro onde se vai eu também vo..Peedro..hahaha