- Mestre?
- Sim, pequeno Padawan. O momento chegou. Dissertaste sobre infinita sabedoria da prosa marginal e lírica de Lou Reed. Resfolegaste tua juventude entre coxas suadas de fêmeas despudoras. Desbundaste em orgias gastronômicas em nome de Baco. Devoraste os mistérios infindáveis de minhas palavras impressas em minha novela marrom. Praticaste o título na penumbra e na claridade. Embrenhaste na selva onírica e selvagem de Truffaut, Kubrick e Hitchcock. Penaste em decorar o verbo e particípio futuro da ignorância presente no coração dos homens. Tornaste perdulário com fanfarronices musicais, literais e audiovisuais. Pediste para ir embora enquanto todos se regozijavam da própria sorte. Influiste em processos ilícito para favorecer os mais próximos, mesmo sabendo do preço a ser pago. Conquistaste a alma cândida e inexpugnável da preponderância. Topaste com o infinito e fizeste dele um lar de aço e acalento. Exumiste tua febre de amor e paixão em pálidas nuvens de palavras. Correste para o horizonte como se tua existência disso dependesse. Arrancaste o mármore da infidelidade dos atos divinos das mãos trêmulas do tempo. Contaste os dias e enguliste a ostra que morre antes do sol se pôr. Deitaste com o mar enquanto este ainda era um infante. Perambulaste pelas zonas do pensamento idílico sob pés alados de amadurecimento tardio. Vieste a mim tal o homem nasce. Agora parte para a guerra com a couraça dos destemidos e insanos espartanos.
- Estás pronto, mestre?
- Sempre. No alto dos meus 35 outonos, não tenho mesmo mais o que fazer nessa porra de existência, a não ser entupir meu rabo com conhaque barato e punhetar assistindo a velhas chanchadas da Atlântida. Anda logo, moleque do caralho.
- Então recebe minha espada em teu ventre.
* Tchuft*
- Aaaaaaaahhh.... Fia da puta... gira o cabo para o ar entrar, senão vai dar uma hemorragia, porra! Me mata logo, caralho...
- Tô tentando, cacete, mas a lâmina prendeu. Provavelmente numa dessas enormes pedras de rim que tu tem. Velho de merda...
- Aaaaarrrhhhggg... cacete, tá começando a doer. Tira essa merda da minha barriga e corta meu pescoço
- Toma.
*Tuc*
- Aaaaaai! Não cortou, caralho. Essa merda não tá afiada! Mas como tu é idiota, puta discípulo burro e incompetente que eu fui arrumar...
- Claro que tá afiada, seu babão. É que essa carcaça de elefante velho tua não deixa corta, porra. Já sei, vou meter essa pedra na sua cabeça.
- Nossa, morrer de pedrada. Não acredito que vou morrer com uma pedrada na fuça... puta merda...
*Toc*
- Beu dariz! Beu dariz! Vilho da buta! Queprou o beu dariz! Dão bára de zangrar, borra...
- Ô bicho ruim de matar, credo. Vou ter que arrumar alguma outra coisa. Deixa ver... hum... ah, filhão, fica se esvaindo em sangue aí que é o melhor que tu faz, vai. Eu tou sair fora. Preciso fechar a edição ainda.
- Izo, izo, bai me deijar agui com a borra do dariz zangrando, a parriga aperta e o bescozo vudido? Badawan de merda... Aaaaaaarrrghhh... aaaaarrrgghhh...
- Hum... acho que morreu. De uma vez. É isso. Bão, vou pegar o White Album e o Rock´n´roll Circus. Talvez alguns do Wilco e o quadro do Velvet. O conhaque deixo pro Denão e os tubos de KY pra Carol. É isso. Morreu, filhão.
I'm Winston Wolfe. I solve problems.
sábado, outubro 22, 2005
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5 comentários:
Pô, já que tão repartindo tudo eu quero Memórias do Subsolo. E talvez mais alguns.. será que eu poderia dar outra olhadela??
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAA.
Boa Brigatti.
Estava eu, em um computador bem em frente a professora de Redação Jornalística, quando começo a ler.
Ler, ler, ler, sorrisos; ler, ler, risos; ler, gargalhadas com lágrimas escorrendo!
A professora já quer conversar comigo por causa da matéria que eu escrevi, imagina agora rindo que nem uma hiena!
Muito boa amorzão!
Brigatti
Essa foi a melhor "matada"!!! Todos os outros "lavaram" as mãos e jogaram nas costas de outro assassino. Inclusive o frango.
Tadinho!(rs*) Beijus
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