Odeio festa de peão. Odeio a festa e tudo o que ela encerra. Pode chamar do que quiser, não me importo. Pra começar, tenho três motivos que tornam óbvia minha posição: não gosto de bêbado chato, mulher feia e cheiro de estrume. Logo, o quê vou eu fazer numa festa onde essas três certezas se encontram a cada metro cúbico de oxigênio? Não dá. Não pra mim. Mas deu prá inacreditáveis 68 mil pessoas. E o que isso significa? Primeiro, que muita gente REALMENTE gosta da coisa. Até aí foda-se, não há o que fazer. Mas existe um segund grupo que gosta de dizer que vai na dita cuja por não ter opção. Bullshit. SEMPRE existem opções, e o que essa galera não quer admitir é que gosta mesmo da muvuca, gosta do pau torando, da chapa esquentando, mas no círculo que frenqüentam pega mal assumir isso. Então vêm com essa de "vou porque não tem onde ir". Eu não gosto e não vou. Quase todos os meus melhores amigos vão e adoram o lance. Enchem o caneco, beijam umas e outras, arrumam uma encrenca básica e voltam felicíssimos pra casa.
O que me leva a concluir que...
... não é preciso mais que um bom (?) motivo para dar circo pra esse povo. Se ao invés de um festa de peão fosse uma micareta, ou uma imensa roda de pagode, o efeito seria o mesmo. Querem é o encontro, a celebração, a multidão que se aperta, se gruda e desgruda, a mistura de cheiros e gostos, a cerveja quente, a pinga batizada com querosene, os sanduíches de pernil e calabresa feitos na chapa enegrecida de gordura, enfim, o horror, o horror, o horror.
Mas creio que a coisa mudaria de figura se a trilha sonora fosse rock, por exemplo. Ou não? O Rock in Rio 3 levou 1,2 milhão de bípedes. Tá, foi numa capital e contou com atrações internacionais de primeira linha. Então pega o João Rock, em Ribeiro Preto. No interior, acho que não tem nada parecido. Rolou neste sábado e 25 mil pessoas compareceram. Grande para um festival de rock. Pífio se comparado com os boiadeiros de Americana e mais ainda com a festa de Barretos. E as atrações do JR eram do mesmo escalão que as da festa do peão: Pitty, Marcelo D2, Engenheiros do Havaí, O Rappa e Cidade Negra.
E isso explica muita coisa. Pra começar, carência. A região é carente de bons shows. Não que os citados acima sejam grande coisa, mas é o que temos. É o que a molecada é ensinada a gostar. Então, que dêem isso a ela. Mas é difícil. Muito difícil. É preciso grana, coisa que os promotores de eventos daqui não querem perder e, vá lá, até com certa razão. Então é preciso esperar que uma festa de grande porte traga essas atrações. Não vejo outra saída senão fazer com que a massa pague para quem goste de outra coisa que não o sertanejo, já que os rockers, por exemplo, não tem cacife para bancar shows do seu gosto. Uma dependência cruel, mas inescapável.
Logo, um show como o d´O Rappa, na sexta-feira, justifica a peregrinação até a festa, posto a banda nunca ter se apresentado na cidade e estar em evidência. Agora, pagar R$ 20 pra assistir Edson & Hudson não dá. Não pra mim. Já para 68 mil cabeças...
I'm Winston Wolfe. I solve problems.
segunda-feira, junho 13, 2005
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2 comentários:
Ah cara.... Tá reclamando do que? é pq não te chamando pra participar da novel não é? Tenho certeza, aposto como vc queria aparecer como namorado do Jr.
GUEI!
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