I'm Winston Wolfe. I solve problems.

sexta-feira, julho 28, 2006

É preciso saber viver

Se suja um pouco, meu amor!

Vai, meu querido, enche um pouco esses pulmões de fumaça podre. Não tenha medo, tu não vai morrer por conta de uma meia dúzia de bons cigarros sem filtro. E o quéquitem de demais dar uma ou outra tragadinha num Romeu e Julieta? Anda, vira esse copo inteiro de bebida podre e vagabunda, que logo vai sair por todos os poros do seu corpo.

Se estraga um pouco, rapaz!

Joga veneno nas tuas veias. Macula essa carinha de anjo. Repica o cabelo empastado de vergonha e joga para trás essa franja que tolhe teus impulsos mais sádicos e grotescos. Deixa de lado, pelo menos por um minuto, a sabatina duramente apreendida durante os catecismo católicos apostólicos romanos e abraça a doutrina zeferiana como quando era criança.

Faz um pouco de merda, pombas!

De que adianta essa visão plácida da vida, como quem espera por uma canonização ou coisa que o valha? O toque de um Papa não vai te fazer santo, assim como um porre de rabo-de-galo não vai te matar logo de primeira. Saca essa fúria entalada na garganta, arranja uma briga, encha os punhos de sangue alheio e doa um pouco do teu para a calçada de alguém.

Toca o foda-se, amigo!

Não seja tímido com o lado escuro da vida, com aquilo que ele tem a te oferecer. Aceita a maledicência de estar vivo e respira fundo e, com gosto, coloca pra fora essa mixórdia de existência que você leva. Larga o suor escorrendo pelo rosto, amarrota essa camisa bem passada e mete esses sapatos de verniz na lama. Chafurda esse nariz nela, meu querido. Vai, de uma vez, sem dar tempo dos pulmões se recuperarem.

Enfia o pé na jaca, truta!

Amplia teu repertório de palavrões e usa ele com freqüência. Deixa a polidez de lado, os bons modos, a etiqueta, os 10 Mandamentos, e coma de boca aberta, os cotovelos sobre a mesa. Não vão te barrar na porta se você limpar a boca na toalha uma única vez. Ou se enxer o corpo de desenhos belos, insanos e desconexos. Pega uma DST pra variar, em alguém casebre imundo de beira de estrada, algo que te faça expelir pus e gargalhar de dor.

Deixa de tomar tento, cara!

Veste um pouco da imundície que te cerca, aceita o errado como parte inseparável do certo. Rasga essa cartilha de bom-mocismo ridícula e entra com a gente nessa fossa de desilusão, desamor e verdade. É de graça e ainda faz bem pra pele. Pisa n´algumas violetas desse jardinzinho que você tão bem cultiva dentro do teu peito. Planta uns cravos nele, deixa a lagarta virar borboleta e ser comida por um sapo. É assim que funciona.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bwm que eu precisava... Tô tentando. Devagar, mas já fiz progressos. É muito chato ser sempre a certinha, ser cobrada e se cobrar por isso. Vou adotar aquela máxima "Cansei de ser boazinha, agora quero ser boazuda."

Anônimo disse...

Olá, vi seu link em algum blog que já nao sei mais...

Verdade, necessário "cgutar o pau da barraca" de vez em quando.

bjs

Simy disse...

Uai!