Hoje, posso dizer seguramente que não sabia o que era sexo antes de conhecer C. Isso me remete há coisa de quatro anos atrás - o que nem é tanto tempo assim se pensarmos em termos de história, mas que parece uma eternidade dada a insignificância dos envolvidos. Sim, C. foi insignificante em quase tudo. Menos no que mais importava: o sexo. Por isso, posso dividir minha vida sexual entre antes e depois de C. SAC (Sexo Antes de C.) e SDC (Sexo Depois de C.).
Não vou entrar em detalhes a respeito de sua compleição física - isso não faz a menor diferença. Importa que C. me ensinou macetes dos quais nunca mais abriria mão. E me fez entender uma lição, talvez a mais relevante que aprendi após sair da adolescência. A de que como tratar uma mulher na cama, seja ela - a mulher, não a cama - quem for. Toda, mostrou-me C. seguem um modus operandi que, desvendado, abre quase que literalmente as portas úmidas e quentes da felicidade.
Foi com C. que pela primeira vez notei que 98% das mulheres gostam de ser subjugadas durante o sexo - o outro 1% não trepa e o restante... bom, essas eu não comi então não vou arriscar. Ela foi a primeira que me pediu para sentar-lhe a mão nas ancas, dizer-lhe obscenidades no ouvido e chamar-lhe daquilo tudo que, em outra circunstância, a fariam registrar um boletim de ocorrência por calúnia e difamação. Sexo é uma questão de contexto, querido, sussurrava pelos poros, e pode anotar e grifar com caneta vermelha isso no seu livrinho.
Basicamente, e acredito que não à toa, C. me entregava, sem qualquer ônus, um pacote de pequenas artimanhas que apenas uma devoradora de homens como ela poderia saber. Embora C. não fosse uma maneater como canta Nelly Furtado na canção homônima. Ela não quer nada relacionado ou proveniente do dinheiro de seus machos. Quer ser bem comida, só isso. Para tanto, não se furta em dar as cartas certas para o parceiro. Nesse jogo, ela quer ganhar mais do que tudo. Uma devoradora ao contrário, eu diria.
C. gozava apenas quando comida de quatro. Posição essa que denota clara vontade de submissão e, por sinal, preferida por 9 entre 10 homens passivos ou ativos. Gostava - e queria - ficar por baixo. Nada de dominar a parada, nada de se mostrar superior. Isso ela já fazia no seu cotidiano de mulher independente financeira e emocionalmente. Mas na hora de saciar seu desejo mais primitivo, gostava mesmo de ser dominada, domada e domesticada da maneira mais rude possível. Sexo com ela não era território para galanteios ou gentilezas, explicavam didaticamente seus gemidos gritados e empapados de suor e saliva. Ela era um animal, e assim deveria ser (mal)tratada.
Com o tempo, notei que as dicas contidas no livro de regras de C. valiam também para grande parte das mulheres com quem reparti uma cama – ou um banco de automóvel, uma pia de banheiro ou, se não me falha a memória etílica, uma sacada no 11º andar. Todas, de forma ou intensidade diferentes, gostavam e pediam mais daquele preparado acre. Mas recém-ingresso no meio acadêmico, ouvia os papos de colegas de classe que pareciam verdadeiros icebergs feministas, bradando sobre o quanto haviam lutado para estarem ali, em pé de igualdade com os homens e blá-blá-blá, e imaginava se, peladas e meladas, não pediam para serem grossamente enrabadas.
É, isso me confundia às vezes. Porque quanto mais durona parecia a garota, mais submissa e indefesa ela se colocava ante um falus erectus. Amigos mais próximos relatavam casos de namoradas que chegavam a ficar completamente imóveis durante o ato, permitindo ao parceiro controle total da situação. Outros, contavam de garotas que, embora não abrissem mão de sentar, rebolar e ainda bater um bolo, curtiam finalizar a parada com a bunda para o alto e as mãos torcendo o lençol.
Depois de nossa última noite, nunca mais encontrei C. Amigos em comum dizem que continua a mesma – a mesma o quê eu não sei, sinceramente. De qualquer forma, sou grato a C. Ela me ensinou a trepar.
7 comentários:
Continua o mesmo canalha delicioso de sempre
Continua o mesmo canalha delicioso de sempre
Ótimo
Mais uma daquelas verdades universais que a maioria não sabe colocar em prática ...
"Não vou entrar em detalhes a respeito de sua compleição física - isso não faz a menor diferença."
Traduzindo: C. era uma baranga que se comia escondido - mas que trepava bem pra caralho. :)
Porra, RG, não entrega o lance, não!
Massa..
Muito massa...
Massa.
MAssa.
Massa.
Adorei.
COncordo com voce mais todas as mulhres som difenrentes niguem pensa iguall..
as mulheres se atuam no parceiro depedendo da hora e do momento...
me add no msn ai leandrosilva12@hotmail.com
Postar um comentário